Conheça a Hemocord, um banco de células-tronco localizado dentro do Tecnosinos

Empresa armazena células-tronco por tempo indeterminado para amparar famílias interessadas na tecnologia

Com a missão de acolher e impulsionar empresas de base tecnológica, o Tecnosinos se orgulha por ter, entre suas empresas consolidadas, a Hemocord, o primeiro banco de céulas-tronco da região Sul e único no Rio Grande do Sul. Mas você sabe exatamente o que a empresa faz e o que armazena em seus laboratórios? 

Para falar sobre os rumos da empresa e os serviços oferecidos, nós conversamos com Karolyn Sassi Ogliari, CEO da Hemocord desde sua fundação, em 2004. Segundo ela, a empresa tem como principal missão armazenar as células-tronco coletadas no sangue do cordão umbilical de bebês recém-nascidos, para amparar famílias que acreditam no poder regenerativo dessas células e querem ter a segurança de poder contar com esse material em caso de necessidade no futuro. 

“Nós armazenamos o sangue que fica dentro da placenta e do cordão umbilical, e esse sangue serve para tratar mais de 80 doenças, onde há indicação de transplante de medula óssea. Esse é um dos serviços que prestamos”, detalha Karolyn, que também é professora do curso de Medicina da Unisinos. 

Para entender o potencial regenerativo dessas células, é preciso compreender o que são as células-tronco e como elas funcionam no nosso organismo. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer – INCA, as células-tronco são células muito especiais, porque surgem no ser humano ainda na fase embrionária, antes do nascimento. 

Depois do nascimento, elas permanecem em alguns órgãos do corpo humano, onde são responsáveis pela renovação constante dos órgãos. Para isso, elas contam com duas características fundamentais: conseguem se reproduzir, gerando células com características iguais, e conseguem diferenciar-se, transformando-se em diversas outras células dos tecidos ou órgãos.

Nos últimos anos, a ciência vem investigando as aplicações possíveis para as células-tronco coletadas no cordão umbilical, e já há resultados promissores no tratamento de casos de autismo, AVC, leucemia e paralisia cerebral, entre outros. Mas, se parte das células-tronco permanece no organismo após o nascimento, por que existe a necessidade de coletá-las diretamente do cordão umbilical?

“Essas células não têm o mesmo desempenho quando coletadas em adultos. Existem células-tronco em diversos tecidos e também na medula óssea, mas depois de adulto elas estão em outra fase, não produzem as mesmas substâncias do momento do nascimento. As células dentro do cordão umbilical trazem benefícios mais regenerativos. Quando elas envelhecem, perdem essas propriedades, mudam de foco”, ensina Karolyn. Segundo ela, já foram realizados mais de 40 mil transplantes com sangue de cordão umbilical no mundo.

Além do sangue coletado do cordão umbilical e da medula óssea de pacientes adultos, a Hemocord também armazena o tecido do cordão umbilical. “Ele tem um tipo de célula tronco diferente, que tem grande capacidade regenerativa e uma facilidade para regenerar tecido ósseo, muscular e cartilaginoso. Também tem um poder anti-inflamatório, que é muito interessante para doenças como artrite e reumatismo”, indica Karolyn.

Plantão 24 horas para processar e armazenar a coleta

Na prática, a Hemocord funciona como um banco de células-tronco, pronto para armazenar e processar as células-tronco coletadas no momento do nascimento, e também aquelas coletadas da medula óssea de adultos. Só que existe um tempo crítico entre a coleta das células e o armazenamento: no máximo, 48 horas.

Para fazer isso e coletar células-tronco em todo país, a Hemocord conta com equipes de plantão, 24 horas por dia e sete dias por semana. Embora possua o laboratório há mais de 15 anos, foi em maio deste ano que a empresa chegou ao Tecnosinos. Desde então, a eficiência e segurança dos processos só aumentaram. “Agregamos estrutura maior e melhor, temos segurança muito grande de todos os processos, com gerador só para nossa empresa, sistema de armazenamento automático dos tanques de nitrogênio, acionamento a distancia de qualquer mau funcionamento, alarmes internos e externos, temos todos os nossos equipamentos críticos duplicados”, relata Karolyn.

O plantão fica à disposição para atender a gestante no momento do parto, com escala de coletadores. A coleta ocorre entre dois a três minutos depois do nascimento, daí a importância de manter uma equipe preparada. “Depois que chega até o laboratório, nós processamos o material dentro de um equipamento de congelamento programado. É feito um congelamento lento e as células são colocadas dentro do tanque de nitrogênio, que armazena as amostras por tempo indeterminado. Conserva por muitos e muitos anos”, garante.


29 de Outubro de 2019
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