Artigo sobre Parques Científicos e Tecnológicos em Universidades Comunitárias do RS conquista 2º lugar na 35ª Conferência da Anprotec

O artigo “Parques Científicos e Tecnológicos em Universidades Comunitárias: Contribuições para o Desenvolvimento Regional no Rio Grande do Sul”, de autoria de Silvio Bitencourt da Silva, Artur Jacobus e Daniel Eckert, foi reconhecido como o segundo melhor trabalho apresentado na 35ª Conferência da Anprotec, o mais importante evento brasileiro sobre ambientes de inovação.

O estudo analisa o papel dos Parques Científicos e Tecnológicos (PCTs) vinculados a Universidades Comunitárias (UCs) no fortalecimento da inovação, da sustentabilidade e do desenvolvimento socioeconômico regional. A pesquisa foi conduzida com gestores de parques ligados à Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação (REGINP) e integra um esforço coletivo de investigação sobre o impacto dos ecossistemas de inovação no território gaúcho.

Metodologia e unidade de análise

A unidade de análise do estudo foi composta pelos PCTs vinculados às Universidades Comunitárias integrantes do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (COMUNG) e associadas à REGINP. O COMUNG constitui uma associação que reúne instituições comunitárias de ensino superior do estado, atuando de forma colaborativa para fortalecer a educação, compartilhar recursos e desenvolver projetos estratégicos voltados ao progresso social, econômico e regional.

A REGINP, por sua vez, é uma iniciativa que visa integrar e fortalecer os espaços de inovação no Rio Grande do Sul, promovendo inovação aberta, colaboração entre atores do ecossistema e impulsionamento de startups e empresas tecnológicas.

O estudo contemplou dez Universidades Comunitárias com PCTs ativos:

  • Universidade Franciscana (UFN)
  • Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)
  • Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ)
  • Universidade de Caxias do Sul (UCS)
  • Universidade Católica de Pelotas (UCPEL)
  • Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI)
  • Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos)
  • Universidade Feevale (Feevale)
  • Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
  • Universidade de Passo Fundo (UPF)

Relevância do Rio Grande do Sul como contexto de pesquisa

A escolha do Rio Grande do Sul como lócus da investigação foi estratégica, considerando a presença expressiva de PCTs em UCs com atuação consolidada na promoção da inovação e do desenvolvimento regional. O estado apresenta diversidade institucional e econômica, abrangendo setores industrial, agropecuário, tecnológico e de serviços, o que favorece uma análise abrangente das contribuições e desafios enfrentados pelos parques na consolidação de ecossistemas de inovação sustentáveis.

Essa configuração permite identificar boas práticas e desafios institucionais, além de mensurar o impacto socioeconômico das ações empreendidas. A pesquisa, portanto, contribui para a formulação de políticas públicas baseadas em evidências, reforçando o papel das universidades comunitárias como vetores estratégicos do desenvolvimento regional e nacional.

Para Silvio Bitencourt, gestor executivo do Tecnosinos, o estudo é de grande relevância, uma vez que gera impactos importantes nos ecossistemas locais e nacionais.  “Os Parques Científicos e Tecnológicos das universidades comunitárias desempenham um papel essencial na integração do conhecimento acadêmico com as necessidades do mercado. Nosso estudo revela como essas instituições são cruciais para fomentar inovações que impulsionam o desenvolvimento econômico e social no Rio Grande do Sul.”, pontua.

Artur Jacobus, vice-reitor da Unisinos, aponta que a pesquisa retratada no artigo decorreu de uma dupla percepção: a relevância dos parques científicos e tecnológicos das universidades comunitárias gaúchas para as regiões de atuação dessas instituições e, paradoxalmente, a falta de uma visão sistêmica das contribuições desses ambientes para o desenvolvimento científico e tecnológico do estado do Rio Grande do Sul. “Foi uma experiência que gerou inúmeras descobertas, como, por exemplo, a forte conexão entre esses ambientes de inovação e as empresas das regiões onde se localizam as universidades comunitárias. Também chamou a atenção o fato de que, para além de naturais convergências em temas como as TICs, há também especialidades regionais, como nas áreas de biotecnologia e agronegócio. Espero que este estudo ajude a dar maior visibilidade para o importante papel desses parques para o desenvolvimento do estado”, projeta.

Daniela Eckert, presidente da REGINP, defende a importância do papel exercido pelos parques tecnológicos. “Os resultados mostram que, embora enfrentem desafios de sustentabilidade financeira e captação de recursos, Parques Científicos e Tecnológicos mantidos por Universidades Comunitárias no Rio Grande do Sul fomentam a transferência de conhecimento, ampliam a geração de novos negócios inovadores e estimulam a criação de empregos e a geração de renda.  As evidências indicam que, com governança participativa e políticas de apoio estáveis, esses parques podem expandir e fortalecer ainda mais os ecossistemas regionais de inovação e promover inclusão social, desenvolvimento local e melhoria da qualidade de vida das comunidades onde estão inseridos”, completa.

 


17 de Outubro de 2025
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